sábado, 15 de junho de 2013

Além da Escuridão: Star Trek tem ótimos efeitos e história brochante

star <i>Além da Escuridão: Star Trek</i> tem ótimos efeitos e história brochante

Spock e Kirk estão de volta



Assistir a uma superprodução de Hollywood nos dias de hoje é um festival para os olhos: os efeitos especiais estão num nível tão avançado que já não há mais defeitos a serem notados e tudo fica absolutamente crível. Pena que o mesmo nem sempre possa ser dito dos roteiros. É o que acontece com este novo capítulo de Star Trek no cinema.


O filme é dirigido por J.J. Abrams, um dos criadores de Lost, o mesmo de Star Trek (de 2009, que relançou a franquia) e que vai comandar o sétimo longa de Star Wars. Abrams é o cara perfeito para fazer filmes de verão americano: usa a mesma fórmula de Spielberg para a ação e, por isso mesmo, gosta de deixar o público sempre se remexendo na cadeira ao torcer pelos mocinhos. Ele é realmente bom nisso. E Além da Escuridão: Star Trek tem quilos deste tipo de cena, o que transforma tudo numa imensa correria desenfreada o tempo todo. Kirk e Spock não param de correr para lá e para cá, sempre prontos para apagar algum incêndio.


Dessa vez a tripulação da U.S.S. Enterprise tem de encarar uma grande ameaça. É o vilão John Harrison (Benedict Cumberbatch), que busca sua vingança contra a Federação. Sua intenção é dar o troco na base do terrorismo, numa alusão aos nossos dias. E aí a coisa já começa a ficar decepcionante. John Harrison é, na verdade, aquele vilão que todo mundo imagina, mas que não vou contar aqui para não estragar a surpresa. E o sujeito foi vendido como um megavilão, um sujeito que iria fazer todo mundo ter verdadeiros pesadelos. Só que em algum momento a coisa desanda e não dá para enxergar nele esse bandidão todo de quem tanto se falou. Pior: ele nem é o principal malvado da coisa.


Além disso, Além da Escuridão tem um roteiro confuso, com diálogos complicados que dão a impressão de que você tem de conhecer alguma coisa de física quântica para conseguir entender. O resultado disso é que os personagens, especialmente Kirk e Spock, acabam ficando longe do público e se transformam em seres um tanto quanto vazios, em personagens quase que desalmados. O que é chato em se tratando de heróis. Não há profundidade em ninguém que está na tela, o que transforma este Star Trek num filme de ação qualquer. Um genérico revestido com uma roupagem de pedigree.


Uma outra bola fora da turma de J.J. Abrams foi o péssimo aproveitamentos dos klingons, inimigos clássicos de Kirk e companhia. Os fãs queriam muito ver o confronto nesta nova vida de Star Trek nas telas e quando finalmente acontece é feito sem o mínimo de cuidado. Brochante. Quem sabe eles não voltem numa outra oportunidade, né?!


Não que a produção não tenha seus momentos divertidos e emblemáticos. Tem sim. Algumas sequências com a Enterprise são muito boas e acontece também algo bacana entre Spock e Kirk. Mas isso é pouco para segurar o filme.


Com tudo isso, Além da Escuridão não é a explosão de bilheteria que a Paramount esperava. Custou US$ 180 milhões para ser feito e arrecadou, até agora, US$ 381 milhões no mundo inteiro. É pouco mais do que o dobro e se pensarmos que o dinheiro investido em publicidade também é altíssimo, o número não é assim dos mais folgados. Vai dar lucro no fim das contas, mas abaixo das expectativas do estúdio. Assim, com alguma boa vontade, haverá um terceiro longa para fechar uma trilogia. Só que pode demorar menos do que os quatro anos que separaram Star Trek de Além da Escuridão. Esta demora também pode ter contribuído para o rendimento não tão sensacional nas bilheterias.




by Odair Braz Junior via Odair Braz Jr.Blog do Odair Braz Jr. - Cinema, TV, crítica e opinião - R7

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